Volkswagen Saveiro 2017: primeiras impressões

 Em meio ao lançamento de novos competidores (Fiat Toro e Renault Oroch), o segmento de picapes ganhou uma movimentação que não era vista há anos. Entre as compactas, FiatStrada, a líder há mais de 10 anos, e Chevrolet Montana, praticamente assistem ao tempo passar sem grandes alterações.

Para mudar este quadro, a Volkswagen renovou a Saveiro para a linha 2017. O facelift veio pouco mais de um mês após a mudança do Gol, modelo da qual a Saveiro deriva. É a segunda reestilização da terceira geração do modelo lançado em 1982.

Desta vez, a picape seguiu seu próprio caminho. Pela primeira vez em 34 anos, ganhou identidade própria, com diferenças em relação ao Gol. A árdua missão de derrubar a líder Strada fez a Saveiro se vestir de modo a parecer com sua irmã maior, a Amarok.

Cara de invocada
A dianteira ganhou posição mais elevada, enquanto faróis e grade cresceram. O logotipo daVolkswagen deixou de invadir o capô, e agora aparece de forma projetada, à frente do restante do conjunto.

Atrás, as lanternas tiveram a disposição das luzes alterada e a tampa da caçamba passou a dispensar a maçaneta - a abertura agora é no emblema da fabricante, solução que a rival Strada tem há alguns anos. O desenho ficou mais harmônico do que o próprio Gol, que passou por uma “plástica” mais leve.

'Pé de boi'
A Volkswagen manteve as quatro versões da Saveiro, que podem resultar em sete combinações, entre cabines simples, estendida ou dupla, motor 1.6 8V de 104 cavalos ou 1.6 16V de 120 cv e câmbio manual.

A tabela de preços sugeridos parte de R$ 43.530, mas pode alcançar R$ 69.250 na opção mais cara. Aliás, uma das novidades é a mudança da configuração de entrada, oferecida apenas com cabine simples.

A antiga opção Startline disse adeus e deu lugar a Robust. “Queremos que o consumidor saiba que aquela é uma Saveiro mais robusta, pronta para o trabalho”, afirmou Henrique Sampaio, gerente de marketing de produto da Volkswagen.

Para reforçar a imagem de carro de trabalho, a Robust ganhou uma suspensão mais elevada e ângulos de ataque e saída melhores, que permitem encarar melhor valas e outros obstáculos. Ela também passa a contar, de série, com barra de apoio para cargas no teto.

Nesta versão "pé de boi", as ausências chamam mais atenção do que as novidades. O modelo de R$ 43.530 sai de fábrica sem ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos e rádio. Para ter estes itens, é preciso pagar R$ 6.670 a mais, e bater na casa dos R$ 50 mil. Mesmo assim, a opção deve representar 30% das vendas da Saveiro, segundo projeção da fabricante.

A Robust também é a única versão que não sofreu mudanças no interior. Ela traz o mesmo painel do modelo 2016, com saídas de ar redondas e visual ultrapassado. A única novidade por ali é o volante, emprestado do Golf, mas sem as teclas e em material empobrecido.

Nas demais versões, a cabine ganhou um novo desenho, mais moderno, já presente no Gol. Ele traz disposição horizontalizada, com saídas de ar retangulares. Os painéis das portas não sofreram alterações.

Ar-condicionado por R$ 63 mil
A falta de ar-condicionado de série não é exclusividade da Robust. A versão Trendline, que deve responder por 40% das vendas, também não traz o item de série. Isso quer dizer que 70% das Saveiro só contarão com este “conforto” se o dono pagar (R$ 4.670 no caso da Trendline) por um pacote com vários itens, entre eles o ar-condicionado.

A Trendline pode ter cabine simples, estendida e dupla, e parte de R$ 47.970. Ela conta com direção hidráulica, vidros e travas elétricos, computador de bordo e para-choques na cor do veículo.

Acima dela, e com expectativa de ter 10% das vendas, está a Highline. Oferecida apenas com cabine dupla, a partir de R$ 63.070, ela é a primeira configuração que traz ar-condicionado de série. O pacote de equipamentos também inclui alarme, coluna de direção com ajustes de altura e profundidade, faróis de neblina e volante multifuncional.